Festa da imigração é a celebração do êxito

            Em 20 de maio, celebra-se os 140 anos do início da colonização italiana no Rio Grande do Sul. Praticamente expulsos de sua terra pela miséria imposta pelas transformações sócio-econômicas que o sistema capitalista de produção provocou no Ocidente, no século XIX, e atraídos pela propaganda brasileira, os italianos partem em busca de terra, trabalho e pão.

            De 1875, quando os pioneiros aqui aportaram, a 1935, entraram no Brasil cerca de 1,5 milhões de italianos. O sonho da cucagna, porém, se desfez tão logo pisam em solo brasileiro. No RS, em vez de abrigo, terra, sementes, escola, transporte e assistência médica e religiosa, ficam entregues a própria sorte; não raro tendo apenas o pinhão nativo como alternativa de sustento.

            Diante das dificuldades brota o espírito heróico que os faz desbravar a mata virgem, confiantes em sua força de trabalho e amparados pela fé. Apesar do cenário sombrio aqui encontrado, ainda era melhor do que o deixado no velho continente. A esperança motivava os imigrantes. A tão sonhada “vida nova” não estava pronta, mas podia ser construída, com suor e sacrifício.

            E assim foi! Aos poucos, as casas substituíram o barracão que abrigou os pioneiros; os cavalos deram lugar ao trem; a uva começou a brotar, ao lado dos pinhões. Dia após dia, as adversidades foram vencidas e a Serra gaúcha começou a tomar forma e se destacar no cenário nacional.

            Lembrar anualmente, a cada 20 de maio, Dia da Etnia Italiana, a epopeia da imigração no RS é, portanto, mais do que preservar a história. É acima de tudo celebrar o êxito desses pioneiros, que abriram caminho ao progresso e ao desenvolvimento. É reconhecer sua importante contribuição na construção daquela que hoje é uma das mais prósperas regiões do país. Eis a recompensa!

            Fonte Jornal Correio Riograndense – Caxias do Sul