Ibiaçá da Mãe Consoladora

A romaria de Ibiaçá é um marco referencial da pastoral da diocese de Vacaria. Para nós, a atividade pastoral começa anualmente com a romaria de Ibiaçá. A romaria serve de iluminação e estímulo para nosso trabalho diocesano. 

À sombra do santuário de Nossa Senhora Consoladora, congregam-se os sacerdotes da diocese para o atendimento aos romeiros. Nesse encontro, em horas vagas, discutem-se os planos paroquiais, os projetos inovadores, e cria-se, assim, uma solidariedade comprometida com toda a diocese. 

Quase sempre a temática da romaria conecta-se à da Campanha da Fraternidade. É um primeiro aquecimento dos motores para a corrida do estudo, compromisso e viabilização das ações comunitárias de correntes da Campanha da Fraternidade.

Ibiaçá tem como centro a romaria. É o seu momento forte. Mas Ibiaçá não é somente romaria. A vida paroquial tem uma dinâmica diferenciada ao longo de todo o ano. Os santuários são locais de devoção, piedade e religiosidade popular. Por isso, o atendimento aos romeiros caracteriza os santuários. Os romeiros vão convencidamente aos santuários para falar com Deus, com Nossa Senhora e com os santos. Contudo, a mediação desse diálogo de fé passa pelo sacerdote que acolhe, aconselha, perdoa e orienta o romeiro. Cada vez mais, Ibiaçá vai assumindo esse papel em relação aos romeiros que, ao longo do ano, acorrem ao santuário.

Sessenta anos de romarias representa uma história de conquistas, fáceis de ver e de resultados, impossíveis de medir. A graça de Deus opera maravilhas no coração dos romeiros. Transformados, ressuscitam para uma vida nova em Cristo e se fazem seus discípulos missionários. 

Nossa Senhora Consoladora, título quase desconhecido há sessenta anos atrás, torna-se, pelo carisma do padre Narciso Zanatta, um centro de devoção regional profundamente enraizada e profusamente difundida.

Como lugar de turismo religioso, Ibiaçá vai entrando, cada vez mais, na dinâmica de uma cidade conhecida pela devoção a Nossa Senhora Consoladora. Aparecida, Juazeiro do Norte, Caravaggio e Bom Jesus da Lapa lembram cidades apinhadas de multidões de romeiros movidos pela fé, em piedosas caminhadas, orações e procissões. Basta pronunciar Ibiaçá e logo acode à nossa mente o santuário, a procissão luminosa, os peregrinos devotos. Esse patrimônio espiritual é a maior riqueza de Ibiaçá. Num basta preservá-lo, é preciso potencializá-lo ao máximo. 

Que Deus, pela intercessão da virgem Consoladora, dê a Ibiaçá o dom de compreender e assumir amplamente sua vocação histórica e missão divina.

                   Dom Orlando Dotti  - Bispo Emérito de Vacaria