Maria evangelizadora ¹

25/11/2014 14:18
Felipe Carra² 
 
        Na caminhada humana, no âmago de nossa existência, como seres em construção permanente, podemos afirmar que ser evangélico é acima de tudo ter Fé. Maria é exemplo de Ser evangélico, pois, tudo o que Maria manifestou e viveu ao longo de sua caminhada humana, foi sobre a ótica da Fé. Nossa Igreja missionária por excelência, assim como Maria, é convidada ao exercício fundamental de avança a cada instante na vivência da Fé. Maria não entendeu todos os desígnios do Criador desde o início, mas foi compreendendo que verdadeiramente fazia parte de um Projeto Maior, que estava recebendo um chamado e este exigiria uma resposta complexa; projeto esse, elencado na presença da Fé.
        A peregrinação na Fé nos faz chegarmos assim como Maria, mais próximo de Deus; faz-nos entender o seu projeto: o Reino de Deus. Como peregrinos na Fé, nossa missão primeira é perceber, compreender e acolher os desígnios de Deus em nós, colocando-nos a serviço e, assim, vislumbrar a necessidade e a particularidade que o projeto exige na dimensão do Eu. A fé e constituída de silêncio que escuta, que medita, que aceita. A vivência na Fé implica em vivermos nas “sombras”; nunca temos clareza do todo, mas estarmos dando “passos no escuro”, confiantes, caminhando sempre com uma grande luz, mas na obscuridade. 
        Maria, a primeira discípula de Jesus, abre o coração para dizer Sim ao projeto do Pai. Maria é evangelizada, acolhe a palavra de Deus e caminha na Fé. Ela sabia da vida oculta de Jesus; apenas Maria sabia. Ela não recebeu um mandato apostólico, mas foi mãe, mãe que caminhou junto com os apóstolos na missão. Maria é exemplo, nos ensina como ser apóstolo, como aderir ao plano salvífico de Deus pautado no amor. Maria soube reconhecer os vestígios do Espírito de Deus tanto nos grandes acontecimentos como naqueles que parecem imperceptíveis. Nessa perspectiva, Maria foi contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária de cada pessoa (EG n. 288). 
        O bom evangelizador, assim como Maria, deve mostrar-se encantado. A justiça aliada a ternura, a contemplação e o caminho para o outro, devem nortear um modelo eclesial para a evangelização. Para ser evangelizador é preciso mostrar-se encantado com aquilo que vivenciou; a essência da Igreja é evangelizar, é esse o nosso compromisso. Como Maria, devemos confiar que Deus pode efetuar grandes coisas em nós, e de dentro de nós. Pois para Deus nada é impossível (cf Lc 1,37). Nisto consiste a fé verdadeira: Fé que não coloque limite a Deus.  
        Por fim, podemos usar como exemplo as aparições de Nossa Senhora. Elas são fruto de quem acredita, é a Mãe que vem explicar e nos fazer entender a revelação plena de Jesus. Nossa Senhora se torna evangelizadora porque é nossa mãe; nos não sobrevivemos sem a figura da mãe; sem essa presença de Fé, seriamos frustrados, carentes, tristes... Esse cuidado materno nos faz sermos mais evangelizadores. Dessa forma, “há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto” (EG, n.288). 
 
 
¹ Artigo para estudo no Conselho Missionário de Seminaristas – COMISE, Província Eclesiástica de Passo Fundo – RS, vinculado ao Regional Sul 3 e as Pontifícias Obras missionárias – POM 
² Seminarista da diocese de Vacaria – RS. Formado em Filosofia, cursando bacharelado em Teologia no ITEPA faculdades. E-mail: felipecarra93@hotmail.com. 

 

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