PAPA FRANCISCO EM DISCURSO NO PARLAMENTO EUROPEU

03/12/2014 13:51

 ESTRASBURGO, NOVEMBRO DE 2014

O SER HUMANO RELEGADO A UMA CONDIÇÃO DE MERCADORIA

"No centro do debate político, constata-se lamentavelmente a preponderância das questões técnicas e econômicas em detrimento de uma autêntica orientação antropológica. O ser humano corre o risco de ser reduzido a mera engrenagem de um mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado, de modo que a vida - como vemos, infelizmente, com muita freqüência - quando deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas, como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem cuidados, ou das crianças mortas antes de nascer".

O MAL DO SÉCULO

”Uma das doenças que, hoje, vejo mais difusa na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vê-se a solidão particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro; vê-se a solidão nos numerosos pobres que povoam nossas cidades; vê-se no olhar perdido dos imigrantes que vieram para cá à procura de um futuro melhor”.

DIREITOS E DEVERES

“Ao conceito de direito já não se associa o conceito igualmente essencial e complementar de dever, acabando por afirmar-se os direitos do indivíduo sem ter em conta que cada ser humano está unido a um contexto social, onde os seus direitos e deveres estão ligados aos dos outros e ao bem comum da própria sociedade”.

UNIDADE NA DIVERSIDADE

“Este é o lema da União Européia. Mas a unidade não significa uniformidade política, econômica, cultural ou de pensamento. Na realidade, toda a unidade autêntica vive da riqueza das diversidades que a compõem: como uma família, que é tanto mais unida quanto mais cada um dos seus componentes pode ser ele mesmo de maneira profunda e sem medos”.

POLÍTICA OBSCURA QUE CONTAMINA E MATA A DEMOCRACIA

“Manter viva a realidade das democracias é um desafio deste momento histórico, evitando que a sua força real – força política expressiva dos povos – seja removida face à pressão de interesses multinacionais não universais, que as enfraquecem e a transformam em sistemas uniformizadores de poder financeiro ao serviço de impérios desconhecidos”.

O PAPA SOBRE O PAPEL DOS POLÍTICOS

"A vocação parlamentar chama a uma grande missão, ainda que possa parecer não lucrativa: cuidar da fragilidade dos povos e das pessoas. Cuidar da fragilidade quer dizer força e ternura, luta e fecundidade no meio de um modelo funcionalista e individualista que conduz inexoravelmente à 'cultura do descarte'. 

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